Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina 2013
20 Outubro 2013
O Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2013 foi dividido entre os cientistas James E. Rothman, da Yale University; Randy W. Schekman, da Universidade da California em Berkeley; e Dr. Thomas C. Südhof, da Stanford University por terem descoberto como as células transportam moléculas dentro delas.
O transporte de moléculas dentro das células é vital para funções tão diferentes entre si quanto a liberação de sinais químicos pelos neurônios, a produção de hormônios e a função do sistema imunológico. No entanto, até antes do trabalho dos 3 laureados, ninguém savia muito como isso ocorria.
As moléculas produzidas pelas células são empacotadas na forma de vesículas, pequenas “bolhas” cheias de substâncias. Estes pacotes são, então, transportados num sistema altamente controlado pelos genes (descobertos pelo Dr. Rothman). Quando chegam a seu destino, os pacotes precisam “atracar” em uma “doca” para descarregarem. Esse complicado sistema foi explicado pelo Dr Schekman. Finalmente, a “carga” precisa ser recebida no destino e “desempacotada” para ser liberada para uso. Foi a vez do Dr. Südhof explicar esta parte.
Juntos, eles criaram uma nova área da biologia e explicaram um dos mais fundamentais mecanismos celulares. Especialistas apontam que isso só foi possível porque os EUA tinham uma política liberal de financiamento de pesquisa básica. De acordo com o Dr. Rothman, “naquela época o único limite eram suas idéias”. Os recentes cortes do orçamento americano para pesquisa em saúde, especialmente a pesquisa básica, são vistos com uma ameaça aos futuros candidatos ao Nobel daquele país. “Quantos vão conseguir financiamento? Quantos vão mudar de país?” comentou o diretor do National Institutes of Health, Francis Collins.
Será que estamos presenciando o início do fim dos EUA como potência científica mundial? Os proximos prêmios Nobel com certeza dirão.
Figura: o complicado mecanismo de transporte de vesículas celulares. Créditos Phillipe A. Parone, CC BY 2.5
Fonte: For 3 Nobel Winners, a Molecular Mystery Solved. The New York Times.