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Terapia laser ajuda crianças com câncer

9 Maio 2018

Escrito por Francisco H. C. Felix

Pesquisadores da Associazone Italiana di Ematologia e Oncologia Pediatrica publicaram um estudo sobre a eficácia da Fotobiomodulação com laser no tratamento da mucosite Mucosite: uma das complicações possíveis de tratamentos antineoplásico que induzem a morte celular, como a quimioterapia. Algumas medicações anticâncer causam lesões em mucosas do organismo, como a mucosa do trato digestivo (boca, língua, esôfago, intestino, etc), da árvore respiratória (nariz, faringe, laringe, traquéia, etc) e órgãos urogenitais (bexiga, uretra, etc). Essas lesões tem uma grande variedade de extensão e severidade, desde poucas lesões aftosas na boca até necrose extensa do trato digestivo. severa em crianças e adolescentes com câncer Câncer (lat cancer = caranguejo): grande grupo de doenças muito diferentes entre si, tendo em comum a proliferação celular incessante e desordenada, a capacidade de invadir localmente tecidos saudáveis do organismo e a capacidade de se espalhar para locais distantes (metástases). Os diversos tipos de câncer são teoricamente oriundos de uma única célula (origem clonal) a qual sofreu mutações em seu código genético. Saiba mais aqui. . O relato saiu na Pediatric Blood and Cancer (PBC).

A mucosite oral é uma das complicações frequentes e debilitantes da quimioterapia Quimioterapia refere-se ao tratamento de doenças por substâncias químicas que afetam o funcionamento celular. Pode ser quimioterapia antimicrobiana, quimioterapia antiviral, quimioterapia anticâncer, etc. Popularmente, o termo refere-se à quimioterapia anticâncer ou antineoplásica, um dos tratamentos do câncer onde são utilizadas drogas capazes de induzir morte celular. As células de câncer são mais sensíveis à quimioterapia, por se multiplicarem rapidamente. Células normais também podem ser afetadas, ocasionando diversos efeitos colaterais, como a queda de cabelo. (QT) do câncer. Crianças e adolescentes são mais suscetíveis ao desenvolvimento de mucosite, a qual ocorre em 40-80% dos pacientes, dependendo do tipo e dose da QT realizada. A mucosite traz dor e dificuldade de alimentação aos pacientes, muitas vezes com necessidade de internação para hidratação endovenosa e suporte nutricional. Não existe um tratamento padrão, e várias modalidades são empregadas, incluindo a terapia com laser, denominada fotobiomodulação.

Especialistas de oito centros de pesquisa italianos participaram deste estudo, no qual crianças e adolescentes com mucosite oral pós-QT grau 3-4 foram tratadas com sessões de fotobiomodulação com laser por 4 dias consecutivos. Foram utilizadas os comprimentos de onda laser de 660 nm, eficaz na redução da dor, e 970 nm com maior intensidade/densidade energética, associado com melhor cicatrização e redução da inflamação. O ensaio foi multicêntrico, randomizado, controlado e duplo-cego Multicêntrico: realizado em vários centros diferentes entre si. Randomizado: diz-se quando a intervenção de um estudo é feita ao acaso (os pacientes são selecionados ao acaso para os grupos tratado e controle). Controlado: quando um estudo clínico compara o tratamento com um controle não tratado (ou tratado com o tratamento padrão). Duplo-cego: nem os experimentadores, nem os pacientes sabem quem está recebendo o tratamento experimental e quem é controle num estudo clínico. .

Um total de 101 pacientes participou do estudo. Uma semana após o tratamento, quase todos os pacientes do grupo tratado haviam reduzido a severidade da mucosite, em contraste com o grupo controle, onde 1/3 dos pacientes ainda tinham mucosite grau 3-4 (p < 0,01). Uma redução significativa da dor ocorreu no grupo tratado (p < 0,006).

Os autores do estudo concluíram que a fotobiomodulação laser mostrou-se um tratamento eficaz e seguro para a mucosite oral pós-QT, acelerando a recuperação da mucosa e reduzindo a dor.

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Outro estudo publicado na PBC foi realizado por pesquisadores do Saint Jude Children’s Research Hospital. Eles criaram um sistema online interativo para estimular jovens sobreviventes de câncer pediátrico a realizar atividade física regular. O exercício físico associa-se com melhor qualidade de vida e menos recorrência nesta população.

O protocolo de atividade física do Center for Disease Control and Prevention recomenda ≥ 60 minutos de atividade por dia, 7 dias por semana. Os participantes do estudo receberam material educacional, um monitor de atividade e tiveram acesso a um website criado para encorajar a participação em atividades físicas através de um sistema de recompensas. Atividades diárias eram informadas através do monitor, acumulando pontos e promovendo um avatar a conquistar níveis de dificuldade consecutivos. Os pontos acumulados também podiam ser trocados por prêmios, como camisetas ou adesivos. Participantes de um grupo controle recebiam apenas o monitor de atividade e material educacional.

Setenta e oito participantes completaram o estudo. Os participantes que usaram o website obtiveram melhores escores físicos e neurocognitivos do que os participantes do grupo controle. Os pesquisadores concluíram que a estratégia interativa foi bem sucedida e melhor para promover aderência à atividade física entre os sobreviventes de câncer pediátrico.

Figura: equipamento de fotobiomodulação usado na Suécia para tratar inflamação. Créditos Jonn Leffmann CC BY 3.0, from Wikimedia Commons

Esta postagem não representa sugestão de tratamento. Apenas um especialista pode judiciosamente decidir quais informações divulgadas podem modificar de alguma forma um esquema de tratamento, e de que forma.

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